Thursday, January 31, 2008

Casamento

__Olha só a cara de felicidade dela!
Duas semanas após a lua-de-mel Aguinaldo sai com os amigos e lhes mostra as fotos de seu casamento na câmera-digital. O namoro do rapaz com Rutinha durou sete longos anos e finalmente devido à insistência da moça o casório aconteceu.
Mas o que a recém esposa não sabe é que mesmo antes de seu noivado com Aguinaldo seu amado já tinha uma amante e na festa de seu casamento o calhorda convidou a dita cuja para as comemorações.
__Então é essa aqui Naldo, a de vestido vermelho?
__Isso mesmo Juca essa é a Vânia e ela é totalmente fiel a mim, mesmo sabendo que é “a outra”.
__Mas você é cachorro mesmo hein! Tirar uma foto com a noiva e a amante, só você mesmo.
__Bem, eu faço o que eu posso!
O adúltero está à mesa do bar junto de dois dos seus melhores amigos: Juca e Clóvis. Companheiros de longa data do marido infiel. O único segredo que Aguinaldo escondia dos dois era a identidade de sua “número dois”.
Depois de vários chops os três amigos riem da situação que Aguinaldo arquitetara em seu casamento. Vânia entrou na vida do homem há quase dois anos, ele sempre manteve sigilo sobre este assunto, somente hoje na presença de seus camaradas de confiança é que ele decidiu, enfim, mostrar a face de sua Camélia.
__Mas prestem atenção! Eu to mostrando essa foto pra vocês porque em vocês eu confio, não vão abrir o bico pra ninguém. Beleza?
__Que isso Naldo, pode ficar despreocupado.__ tranqüiliza-o Clóvis.
__Um brinde a safadeza dos homens!!__berram os três amigos, chamando a atenção de todos no bar para eles.
No mesmo instante em que Aguinaldo brinda sua esperteza, Vânia vai se encontrar com sua namorada de adolescência.
Sozinha em casa, cansada de esperar o marido que nunca chega, Rutinha decide mandar um e-mail para Juca com uma cópia para o endereço eletrônico de Clóvis. Os amigos de confiança de seu marido. O conteúdo da mensagem segue-se abaixo:

“Oi rapazes, como vcs estão?
Eu gostaria de agradecer pela aquela noite maravilhosa que tivemos. Vamos esperar o trouxa do Naldo viajar novamente para repetirmos aquela nossa festinha.
Estou louca para revê-los.
Beijo na boca dos dois.
Rutinha.”

Aguinaldo e Rutinha, um exemplo explícito de um casamento bem-sucedido.

Monday, December 24, 2007

Melancolia Natalina

Todo ano nessa época ocorre o mesmo: luzes espalhadas pelas cidades iluminam toda a escuridão de um ano vazio e cheio de desilusões, crianças de classe média felizes por terem seus desejos atendidos por uma força que não compreendem, pessoas se atropelam nos shoppings em busca de uma lembrancinha.
À noite, na ceia, famílias se reúnem, a sogra inimiga da nora deseja felicitações aos desafetos em nome de uma data na qual todos já esqueceram o verdadeiro significado.
E tudo devido ao nascimento de um Cara.
As pessoas hoje se vêem tão presas ao consumismo compulsivo das festas de fim de ano que esquecem o que realmente o natal representa.
Empresários samaritanos dão ajuda ao morador de rua no fim de ano, aquele mesmo morador que ele enxotou da frente de sua empresa em maio ou agosto, todos são acometidos por um sentimento de solidariedade, tudo muito lindo, mas os pobres não passam fome somente no natal.
E quem disse que só é de comida que um homem sobrevive?
Temos que deixar de sermos hipócritas e não somente nessa época do ano, mas, durante o ano todo, por toda nossa vida, ajudar aqueles que necessitam de apoio.
E não é apenas matando a fome, mas disponibilizar a essas pessoas contato com a cultura, conhecimento, sabedoria e respeito.
O mundo continua o mesmo de dois mil anos atrás, o mesmo sol ilumina as planícies, o mesmo mar banha os litorais, as mesmas injustiças e desigualdades ocorrem. O que muda somente são as personagens que compõem essas histórias.
Muitas crianças sonham com um Playstation 3 de natal, enquanto outras querem apenas um prato de comida para poder repartir com a mãe e os irmãos.
A situação está ruim, pode piorar, mas pode melhorar. Basta apenas do seu esforço.
Essa melancolia sempre me vem à mente nessa época do ano, o próprio aniversariante desta data tão lembrada e tão esquecida ao mesmo tempo, se viesse nos visitar hoje, ele teria vergonha pelo que nos tornamos.
E o que nos tornamos?
Tornamo-nos seres vazios que não compreendem ao menos a mensagem deixada pelo Cara que nascera nesse fatídico dia 25.
E não me venha desejar feliz ano novo.
Pois todos os anos me desejam paz, saúde e o que vejo nos noticiários são as mesmas notícias sangrentas que ferem o peito e causam aversão.
Encerro esse pensamento de um modo irônico, desejando-lhes um feliz natal. Espero que vocês façam por merecer essa data e encontrem o verdadeiro valor deste dia.

“Mamãe por que comemoramos o natal?
Por causa do Papai-Noel, filha. É ele quem nos dá os presentes.”

Espero que a cena descrita acima não mais se repita, pois, o cara que nasceu nesse dia ficaria muito desapontado.



Magno Chagas, Dezembro de 2007

Sunday, September 30, 2007

Lembranças

Ontem após o almoço sentei numa cadeira de área aqui de casa e lentamente fechei os olhos. E inconscientemente imagens foram moldando-se em minha mente. Imagens que fizeram parte de minha vida.
Tenho hoje apenas vinte e um anos, em comparação a uma pessoa de mais idade, tenho poucas lembranças armazenadas em meu cérebro, mesmo assim, a experiência pela qual passei ontem foi muito boa.
Como se fossem flashes me vi nos primeiros anos de faculdade, as trapalhadas, os micos, logo depois tinha voltado para o terceiro colegial, aos poucos fui regressando os anos até chegar as primeiras lembranças de que tenho recordação.
Lembranças, boas ou sofríveis, são elas as responsáveis pelos momentos mais nostálgicos de nossas vidas, pois quando nos lembramos de algo, só nos resta a conformação de que aquilo é imutável.
Espero que daqui a uns setenta anos quando eu me sentar a uma cadeira após o almoço eu tenha lembranças mais aprazíveis do que as que eu tive ontem. Mas para que elas ocorram é preciso que eu as viva.
Lembranças, somente elas nos mostra o quanto somos humanos.

Friday, August 31, 2007

SEM TEMPO

Então gente, esse mês acabou e eu não tive de tempo de postar NADA!
estou fazendo esse post, meio que inútil só pra dizer que estou vivo e respirando
o que importa é isso
quem sabe mês que vem eu volto com algo interessante pra vocês
descurpa qualquer coisa
e inté mais

Monday, July 30, 2007

Saudades do Pan

Os jogos Pan-americanos do Rio terminaram ontem e já deixaram um clima de nostalgia ao se encerrar.
Foram dias “memoráveis” em que o Brasil viveu no mais perfeito paraíso.
Não entenderam?
Pois bem, vocês repararam que nos dias do Pan não houve um tiroteio no Rio de Janeiro, nenhuma notícia sobre violência nas metrópoles, nada.
O Brasil viveu seus dias de país de primeiro mundo em que o nível de violência é quase nulo.
O apagão aéreo só não foi esquecido devido ao trágico acidente do vôo 3054 da TAM em Congonhas. Caso tal tragédia não tivesse acontecido, com certeza esqueceríamos a crise pela qual passamos nesse setor.
E Renan Calheiros? Alguém ainda se lembra dele? Esse foi outro que aproveitou os flashes focados no Pan para dar uma sumida e preparar suas defesas.
Uma das grandes injustiças que ocorreu nesses dias de Pan foi a ultra valorização que a mídia deu apenas aos medalhistas de ouro, os de prata e de bronze eram citados por cinco segundos, não preciso nem falar sobre os coitados que nem conseguiram chegar perto do pódio, para esses nem mesmo as traças sobraram.
Para um país que não valoriza seus atletas, aqueles que conseguiram destaque são verdadeiros heróis, pois, mesmo que por poucos minutos puderam mostrar que nessa nação há algo melhor, além de corruptos e imbecis.
No Brasil o medalhista de ouro de hoje é o passa-fome de amanhã, se o governo respeitasse e apoiasse mais os talentos desses atletas, aposto que não iria ter levado tantas vaias, não é seu Lula?
O Brasil de Giba, Edinanci e Vanderlei Cordeiro de Lima é o mesmo Brasil de Paulo Maluf, José Dirceu e Fernandinho Beira-Mar. Agora que o Pan acabou, que tal voltarmos à realidade?!
O Pan se foi, deixando saudades de dias pacíficos, sem corrupção e sem escândalos que não voltam nunca mais.
Quem sabe em 2014?
Quem sabe....

Friday, June 29, 2007

Números do Desgraçando

Mergulhados na individualidade de suas vidas, as pessoas não vêem que aos poucos condenam a todos para o fim de uma era. Logo não haverá mais planeta, nem ar para se respirar, a sociedade está um caos e poucos se esforçam para mudar o quadro em que vivemos.
Se você quer diferença, venha conosco, lhe mostraremos um caminho a ser seguido. Se é o certo ou o errado, somente a História irá dizer. O texto abaixo é um retrato da sociedade contemporânea.

Quatro policiais atirando
Seis guaxinins escapando
cinco rosas morrendo
duas naturezas chorando

trinta e cinco peixes conversando
cem escravos votando
Quatrocentos políticos rindo
Três mundos lamentando

cruel, mas, é assim
pra você e pra mim
não está contente? Nossa!
Bem-vindo a esta joça!

Ninguém faz algo pra mudar
Lasque-se o pobre, deixa pra lá
Para todos os Impostos é imposto
Vamos lotando o fundo do poço

quarenta casas queimando
trinta e um sonhos se esfarelando
Trinta e Nove idosos desmaiando
UM presidente cagando e andando

Friday, May 11, 2007

Quem sou Eu?

Uma caixa de idéias desconvencionais, um acervo de bobagens tradicionais, esse sou eu. Um alguém preocupado com as lamúrias do povo, um ninguém desconsolado pelas agonias do novo.
O povo é burro!
Paro para pensar, pôr as idéias para funcionar, mas, às vezes nada consigo. Talvez devido aos momentos de inspiração ou decepção.
Acredito nas pessoas e nas coisas boas da vida, porém, vejo somente exposições daquilo de mais cruel que temos dentro de nós, um serviço sujo que consome e fere os corações com mágoa e ódio.
O emprego enobrece o homem, o dinheiro apodrece e some. Por isso tento exercer a profissão que mais me agrada: a de louco lúcido. Não tenho planos de riqueza, todos os ricos que conheço se matam ou são mortos.
Morrer todo mundo vai, nem preciso falar, mas quanto mais eu puder adiar essa viagem, melhor.
Não tenho medo da morte!
Só não quero morrer antes de ter completado minhas missões aqui, antes de ter semeado a humanidade com minhas idéias e histórias. Já que tudo na vida se acaba, menos as idéias quando se tornam eternas.
Sou apenas mais um, um elo singelo da gigantesca corrente, porém, tão complexo e transléxico quanto um universo paralelo.
A vida é feita de dualidades, dois caminhos a se seguir. Eu prefiro ir um pouco pelos dois, caminhar por somente um torna-se cansativo e banal.
Não quero ser lembrado como um sujeito normal!
Aliás, normal ninguém o é. Temos de todos um pouco, tudo com o tempo vai moldando nosso perfil pessoal. Cheio de nada.
Acredito no amor, na dor, no pavor, no humor que com louvor enriquece-nos a essência, transformando-nos no que somos.
Acredito no que quero e quando quero acreditar. Num átimo mudo todas as teorias, todas as máximas que um dia fiz questão de usar, abandono.
Sou bom e ruim, doce e amargo, forte e fraco. Penso antes de escrever, apesar de minha escrita aparecer sem pensar.
E quando perguntado quem sou, respondo:
Meu amigo sou apenas um Luar ao contrário, seguindo seu caminho nas estradas da História e da Escória. Agoniado com os sonhos que não acontecem e com as verdades que empalidecem.